Fãs ávidos da franquia Sonic são bem familiarizados com o nome Yuji Naka, o desenvolvedor de jogos reconhecido como o co-criador do popular ouriço azul da Sega. Em 2018, quase duas décadas desde seu último jogo dirigido, ele se juntou à Square Enix e regressou ao posto de diretor para dar vida a um novo título de plataforma: Balan Wonderworld. Entretanto, parece que essa experiência não foi um mar de flores.
Infelizmente, o lançamento do novo jogo de Naka em março de 2021 não foi nada bem recebido, com grande parte da crítica especializada citando uma jogabilidade tediosa e arcaica. Em adição, problemas técnicos contribuíram para manchar ainda mais o título, culminando em vendas baixas e notas abismais partindo de ambos a mídia e jogadores em agregadores de análises.
Mais de um ano após o fim definitivo do projeto, Naka agora decidiu aproveitar para providenciar mais detalhes sobre o desenvolvimento de Balan Wonderworld em seu perfil no Twitter. O criador revela que seis meses antes do lançamento (por volta de agosto de 2020), ele foi removido da cadeira de diretor por protestar contra o estado do jogo que, em sua opinião, chegou às lojas inacabado.
Mais especificamente, a remoção de Yuji Naka veio seguindo tensões crescentes entre ele e o estúdio Arzest, responsável pelo título, que entregou o game com vários bugs não corrigidos. Ademais, o diretor também criticou uma parceria promocional envolvendo arranjos musicais de canções do jogo criados por um YouTuber, ao invés das faixas originais, o que só contribuiu com as desavenças.
Em suas postagens, Naka parece atribuir parte da culpa de sua remoção ao designer Naoto Ohshima, seu colega que lhe ajudou a criar o icônico Sonic nos anos 90. Alegadamente, o artista informou aos superiores da equipe que a relação com a Arzest estava arruinada por causa dos protestos do diretor.
Adicionalmente, numa época de baixa moral do time devido a prazos apertados, algo possivelmente piorado pelo auge da pandemia de Covid-19, outra coisa deixou Naka incomodado. De acordo com o diretor, Ohshima enviou um e-mail para a equipe creditando Noriyoshi Fujimoto por ter levantado os espíritos de todos, apesar do fato do produtor ser responsável pelos problemas que os afligiam.
Finalmente, Yuji Naka diz que não acredita que a Square Enix e a Arzest dão valor a jogos ou seus fãs, lembrando que a distribuidora até proibiu interações relacionadas ao game em redes sociais. Por isso, apesar de muitos usuários terem expressado empolgação pelo título, o diretor acabou não sendo capaz de responder e nem sequer compartilhar ou curtir mensagens e ilustrações enviadas.
“Melhorar o jogo até o fim é o que significa ser um criador de jogos e, se isso não é possível, tem alguma coisa errada,” diz Yuji Naka. “Pedi que meu advogado negociasse para que eu pudesse apenas comentar até o fim da produção, mas a recusa deles me levou a processar.”
Balan Wonderworld encontra-se disponível mundialmente para PlayStation 5, Xbox Series, PS4, Nintendo Switch, Xbox One e PC (via Steam). Apesar das recentes declarações de Yuji Naka, não há detalhes concretos sobre seu processo contra a Square Enix, mas o criador de jogos afirma que já se vê livre da batalha judicial.