Há duas semanas, a desenvolvedora Qureate anunciou Massage Freaks, um novo jogo de ritmo para Nintendo Switch e PC. Tal como outros títulos do estúdio, o game é destinado ao público masculino, trazendo uma jogabilidade focada em personagens femininas em situações sexualmente sugestivas. Entretanto, parece que nem tudo está indo tão bem para o mais novo lançamento da empresa…
Apenas alguns dias após o anúncio do game, as coisas começaram a desandar. Em seu perfil oficial no Twitter, a Qureate anunciou que o lançamento para o atual console da Nintendo seria adiado indefinitivamente após discussões com “entidades preocupadas”. Mesmo assim, recentemente, o jogo deu as caras sem qualquer aviso prévio na plataforma Steam sobre um novo nome, Beat Refle.
Então, o que aconteceu exatamente? Além disso, porquê será que Massage Freaks está causando tanta controvérsia principalmente entre usuários japoneses e teve não apenas o seu título, mas também os nomes de suas personagens principais, de repente alterados?
A premissa
Pra começo de conversa, vamos entender a premissa do game. Nele, o jogador assume o papel de um massagista cujo a clientela é composta por jovens mulheres atraentes. O objetivo é ajudá-las a relaxar através de massagens e melhorar sua relação com elas, sendo possível até desenvolver um romance digno de encontros fora do trabalho.
Essa ideia é levada em prática na jogabilidade, que consiste em tocar o corpo das personagens de acordo com o ritmo da música. Ao decorrer dessas sequências, artigos de roupas são gradualmente retirados até as clientes atingirem o ápice do prazer — o chamado “Modo NTR”, ou “Nice! Totally Relaxed! Mode”.
O problema
Em seu anúncio original, a Qureate também revelou as seis personagens femininas que compõem o elenco principal da trama — Mikuni, Shiho, Mei, Kyoko, Manamo e Mirei. Tudo parecia estar dentro dos padrões para jogos do gênero, mas esses nomes específicos acabaram dando o que falar.
Quase que de imediato após o anúncio, usuário na internet notaram algo peculiar. Acontece que os prenomes das personagens batem com o de seis integrantes do grupo de idols Hinatazaka46. Assim, ganha raiz a ideia de que talvez o estúdio tenha se baseado nas artistas em questão para criar figuras que, em jogo, seriam utilizadas para cenas sensuais sem o devido consentimento ou aprovação.
A aparência das personagens até pode não ser claramente baseado nas idols, mas os nomes exatos torna difícil argumentar que a situação toda não passa de uma mera coincidência. De fato, a menção de “entidades preocupadas” no tweet da Qureate pode sugerir que o estúdio acabou trombando de frente não apenas com a Nintendo, mas também com a Sony Music, gravadora do Hinatazaka46.
Com o lançamento na Steam sobre o título Beat Refle, o jogo parece ter removido de vez esse problema em particular. Todas as personagens principais tiveram seus nomes alterados, desfazendo a bizarra conexão do game ao grupo idol. Entretanto, agora não há nenhuma menção ao Switch no site oficial, levando ao ar a dúvida sobre a sua versão para o console.
Online, usuários expressam suas opiniões a respeito do jogo, levantando questões além do problema com as idols, como discriminação contra mulheres e exploração sexual. Em adição a esses tópicos, comuns em discussões sobre títulos do gênero, também há desconforto com a temática de casas de massagem, considerando casos recentes de crimes sexuais nesses estabelecimentos no Japão.
Enquanto muitos argumentam contra o game, outros se apresentam a seu favor, buscando defender a liberdade criativa dos desenvolvedores e criticando sua remoção da Nintendo eShop. Alguns desses usuários também acusam a plataforma de estar censurando jogos sensuais, apesar do fato do Switch abrigar vários títulos picantes, especialmente se comparado à rival PlayStation.
Enfim, Massage Freaks, agora conhecido como Beat Refle [esse “Refle” era pra ser “Reflex?”], está disponível mundialmente para PC (via Steam). Uma nova data de lançamento para Nintendo Switch ainda há de ser divulgada.