Quem lembra da Treasure? Uma empresa que foi fundada em 1992, inicialmente com antigos funcionários da Konami, que veio a lançar jogos como Alien Soldier, Dynamite Headdy, Mischief Makers, Ikaruga e a série Sin and Punishment.
A empresa fez um nome para si ao produzir vários jogos conhecidos, e de uns anos pra cá continua à ativa levemente.
Mas essa semana, mais especificamente dia 10 de setembro, é uma ocasião marcante para a empresa: há exatos 25 anos, ela estaria lançando seu primeiro jogo, intitulado Gunstar Heroes, para o Mega Drive. E em comemoração, no Densetsu Indica de hoje, é dele que vamos falar.
Gunstar Heroes é um título de “run n’ gun”, no estilo de jogos como Contra ou Metal Slug, envolvendo milhares de explosões, ação e um tema recorrente de… cores.
A história se resume em uma organização maligna, comandada pelo tirânico General Grey, que quer despertar um robô chamado “Golden Silver” usando quatro gemas misteriosas para destruir toda a população que vive na lua (afinal, são os anos 90, e nós sabemos que viver na Terra é um saco e então queremos desbravar o espaço sideral). Feito isso, será possível usar o robô para o objetivo final de todos os vilões noventistas: TENTAR DOMINAR O MUNDO.
Cabe então aos nossos heróis gêmeos Red e Blue, com o auxílio de sua irmã Yellow e o Professor Brown, resgatar todas as gemas, livrar seu outro irmão Green do controle do império maligno, e impedir o General Grey de estabelecer o controle total.
Em matéria de jogabilidade, Gunstar Heroes parece bastante com os jogos run n’ gun conhecidos até a época: pule, atire como se não houvesse amanhã, desvie de balas e deixe uma trilha de explosões e destruição no seu caminho, preferivelmente com aquela pessoa que te acompanha nessas aventuras.
Gunstar Heroes, porém, faz o suficiente para se destacar dos outros jogos. Ao iniciar o jogo, você pode escolher jogar como Red ou Blue, sendo que ambos possuem um estilo de jogabilidade diferente: Red pode se mexer enquanto atira mas só pode atirar em 5 direções, enquanto Blue pode atirar em 8 direções mas tem que ficar parado para atirar.
Escolhido o personagem, você seleciona um dos 4 estilos de arma: “Force”, “Lightning”, “Chaser”, e “Fire”. A primeira é uma arma tradicional atirando especificamente em uma direção e fornecendo dano concentrado. A segunda, Lightning, é uma arma laser que atravessa os oponentes e atinge múltiplos deles. Chaser é uma arma que persegue automaticamente os inimigos mas possui um dano baixo em comparação com as outras. E, finalmente, Fire é um lança-chamas extremamente potente com alcance curto.
Escolhida sua arma principal, agora é hora de escolher a fase onde será possível encontrar e derrotar um dos comandantes do General Grey — Pink, Green (que está sendo controlado), Orange ou Black — para estragar o mais rápido possível seus planos de conseguir as gemas.
Mas o jogo não para por aí: sua arma possui DOIS espaços para tipos de munição, o que significa que ao decorrer das fases, você pode combinar as armas que aparecem e ver qual das possíveis 16 combinações lhe agrada mais, incluindo uma metralhadora mais potente e que cobre um arco, um verdadeiro sabre de luz de curto alcance que atravessa inimigos, uma arma com balas que explodem ao seu comando, e um laser que vai aos inimigos tão rápido que nem é preciso mirar.
Um grande fator replay de Gunstar Heroes está em tantas combinações possíveis de armas, gerando experiências que acomodam aos seus gostos e que dão um desafio a mais se você resolver jogar fora da zona de conforto, além dos possíveis “combos” no multiplayer cooperativo que destroem tudo o que vem pela frente.
Além das armas de fogo, Red e Blue contam com habilidades físicas notáveis. Eles podem se pendurar em quase toda plataforma, executar golpes físicos aéreos, dar rasteiras, se ricochetear dos muros, arremessar os inimigos como se fossem bolas de boliche, e até dar uma deslizada estilo MC Hammer (alguém lembra disso?).
E por fim, resolvem não ir para a guerra sem camisa ou só com a roupa do corpo e, como resultado disso, possuem um contador de HP, significando que você pode levar mais de um golpe e SOBREVIVER, além de restaurar sua vida com power-ups achados no caminho! Bill Rizer de Contra precisa aprender algumas coisas…
Gunstar Heroes não é muito longo, demorando em torno de uma hora e meia ou duas horas para terminar, mas um fator replay considerável com as diferentes combinações de armas, quatro níveis de dificuldade, fases memoráveis com chefes gigantes, muitas explosões, e algumas fases variadas como uma perseguição a bordo de carros magnéticos, um board game que testa suas habilidades e paciência, e até uma fase espacial ao estilo Gradius.
O estilo poligonal dos gráficos era impressionante para a época, sendo um pouco datado para os padrões atuais, o que é visível em chefes que são literalmente montanhas de cubos e no padrão esférico dos inimigos, além de exagerar um pouco nas explosões. Espere muitos flashes e luzes na tela.
A trilha sonora é bastante icônica, usando bastante o som com o baixo característico do Mega Drive e composições bem tradicionais de jogos de ação da época, se encaixando perfeitamente nas situações de alta adrenalina que são oferecidas.
Gunstar Heroes está disponível para PC via Steam, Nintendo 3DS, PlayStation 3 e Xbox 360 por um preço bem leve. Se você preferir um legítimo cartucho do Mega, vai custar algo em torno de 50 reais ou mais pela internet. De um jeito ou de outro, recomendamos que convide seu Player 2, peguem seus controles, e atirem em tudo o que se mexe em um jogo que deixaria Michael Bay com inveja.
Veja a versão de 3DS em ação:
Artigo escrito por: Ítalo Magno