Breath of Fire III
Sabe aquela época em que você simplesmente não entendia uma palavra de inglês e mesmo assim se divertia horrores com um jogo? Esse é meu caso com Breath of Fire III, que talvez tenha sido o primeiro RPG que eu joguei na vida. Lançado em 1997 pela Capcom, ele é responsável por marcar a transição entre os RPGs clássicos da geração anterior e da nova que estaria por vir, mesclando gráficos 2D com animações ricas em detalhes. Sua data de lançamento não foi das melhores tendo em vista que no mesmo ano foi lançado Final Fantasy VII, mas isso não fez com que sua grandiosidade fosse encoberta, já que em seu ano de lançamento foram vendidas em torno de 425.000 cópias no Japão.
Em Breath of Fire III, você joga como Ryu (não, não aquele que solta Hadouken, mas um que solta bolas de fogo). E por mais que o jogo inicie sem explicar quem você é e de onde veio, não é necessário ter jogado os títulos anteriores da franquia, pois toda a história é explicada de forma imersiva no desenrolar da trama.
História:
Separada em duas partes, a primeira contando a história de Ryu quando criança e a segunda quando adulto, a história de Breath of Fire III é bastante simples, mas apesar disso, possui um modo de contar fantástico e envolvente podendo gerar mais de um final dependendo de uma determinada escolha crucial. Ryu, nosso protagonista, é o último de sua raça Brood, humanos com a capacidade de se transformarem em dragões, que tenta incansavelmente achar um lugar no mundo. Durante sua jornada, Ryu encontra muitos amigos e juntos vão descobrindo o que aconteceu com os Broods e o motivo de serem são tão temidos.
Sistema de Batalha e Mecânicas:
O sistema de batalha é o clássico por turno, determinado pelo atributo de velocidade de cada personagem. Como em Chrono Trigger, ao iniciar a batalha (por sinal, MUITAS são iniciadas aleatoriamente ao andar) não é carregada uma nova tela. Os personagens são alinhados ao cenário e os monstros aparecem começando a luta. O jogo não possui barra de MP (Magia), usando o sistema de AP (Pontos de ação) para utilizar habilidades. No caso de Ryu, seu AP é consumido também quando em forma de Dragão, sendo cobrado um valor X por turno.
Em Breath of Fire III, foi implementado também o “sistema de formação” que permite ao jogador decidir como seus personagens irão se posicionar ao iniciar a batalha, dando vantagem a certos atributos. Inicialmente, são três diferentes formas, podendo habilitar mais três através de mestres encontrados durante a jornada. É bastante importante decidir qual utilizar em determinadas situações, pois uma vez dentro de uma batalha, não será possível alterá-la.
O jogo possui uma sistema de Mestres, por onde os personagens podem se tornar aprendizes de determinados NPCs e, ao subirem de level, adquirem atributos positivos e negativos, obrigando o jogador a alterar de mestres durante sua jornada ou permanecer no mesmo para potencializar determinado atributo.
É possível também aprender golpes especiais dos monstros encontrados através da habilidade Examine. Esse sistema é interessante, porém às vezes um pouco frustrante já que é necessário que monstro ataque o jogador após o uso de Examine e, mesmo que o personagem receba o golpe, pode ser que não seja capaz de aprendê-lo. Uma dica legal é lembrar de usar as formações, pois os personagens na linha de frente têm tendência a serem atacados com maior frequência.
Outro detalhe interessante é que Ryu nas batalhas pode se transformar em Dragão. E o que mais me surpreendeu na época foi a possibilidade de personalizar o dragão e suas habilidades através da combinação dos genes de dragão encontrados no jogo. Segundo a história, os genes são almas de dragões que foram mortos e transformados em cristais, por isso, ao encontrar um gene é possível ouvir o lamento do dragão.
São ao todo 18 genes separados em 3 tipos (Habilidade, Sem Habilidade e Proibidos) podendo ser utilizados sozinhos, em duplas ou em trios, abrindo um leque enorme de possibilidades de combinações, cada qual gerando um dragão diferente. Mas cuidado: quanto mais forte for a combinação, maior o custo de AP utilizado por turno. Caso o AP seja zerado, Ryu voltará a forma humana.
Personagens:
Ryu:
É o único personagem que não pode ser retirado da sua equipe,
e sempre está presente. Descendente da raça de dragões Brood, está a procura de seu lugar no mundo e busca entender o que aconteceu com sua raça.
Nina:
Princesa da cidade de Wyndia e descendende do clã Wing. É uma poderosa maga salva por Ryu após ser enganada e presa por ladrões
Teepo:
Orfão encontrado por Rei, assim como Ryu. Considera Ryu e Rei sua família.
É parceiro de Rei em seus roubos e esconde grande poder e segredos.
Rei:
Ladrão da região de Yraall, é um dos últimos membros da poderosa tribo Woren, híbridos de tigres que possuem agilidade e força descomunal.
Pouco se sabe sobre seu passado, o que se assume é que seja um órfão, assim como Ryu e Teepo.
Momo:
Filha de Rapsol, é uma inteligente cientista que tenta terminar a pesquisa de seu falecido pai sobre o mágico mineral Chrysm.
Membro do clã Grassrunner, possui cabelos ruivos e orelhas longas.
Peco:
Essa curiosa cebola falante é resultado de uma mutação genética e um dos últimos descendentes do clã Grassmen.
Portador de voz da árvore da vida Yggdrasil.
Garr:
Garr é um quatro guardiões da raça criada pela Deusa Myria, a deusa da destruição. A raça foi criada especialmente para varrer os Broods da face da Terra.
Trilha Sonora
As músicas de Breath of Fire III são muito bem feitas possuindo melodias gostosas de ouvir e que preenchem o ambiente de uma forma incrível com um leve toque de Jazz. No entanto, elas são um pouco repetitivas e podem se tornar maçantes ao passar do tempo. Tendo em vista que naquela época era apenas um CD de 800mb para tanto conteúdo, isso acaba sendo compreensível. Dentre todas as músicas que preenchem a trilha sonora do jogo, duas em especial ficaram marcadas na minha memória: Cedar Woods e The Champion. Confira:
Extras
Breath of Fire III possui um sistema de pesca. E não, não é necessário ter um jogo totalmente a parte para isso (lalala~). É um modo bem divertido para se distrair e tirar uma folga da história principal, além de render uma grana no começo do jogo. Pode ser um grande desafio conseguir a pontuação perfeita para cada tipo de peixe no início, mas conforme o jogador pesca e vai adquirindo peixes maiores, sua pontuação de pesca aumenta, habilitando um novo mestre e itens exclusivos.
Mais tarde em 2005, Breath of Fire III foi relançado para o portátil PSP e PS VITA trazendo algumas melhorias como: alteração da logo, resolução para 16:9 (widescreen) e uma expansão do minigame de pesca.
Conclusão
Breath of Fire III é um RPG fantástico e um must play para qualquer amante do estilo. É impossível não se apegar aos personagens e não querer botar fogo em todos que aparecem em seu caminho. Com uma história simples e uma narrativa empolgante (mesmo que no início seja um pouco morno), foi sem dúvidas um RPG que me rendeu boas horas de diversão, principalmente pelo seu sistema de batalha e de pesca. Além, é claro, dos momentos de raiva por não conseguir aprender alguma habilidade de monstro.
E você? Já jogou Breath of Fire III ou foi acobertado pela sombra de Final Fantasy VII? Conta pra gente como foi sua experiência! E se ainda não jogou, aproveite que o título está na PlayStation Store por R$30,90. Não deixe de jogar esse clássico!
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