Você provavelmente já ouviu falar de um portátil chamado “PlayStation Vita”. O console criado pela Sony em 2011 é o sucessor do PlayStation Portable (A.K.A. PSP) e falhou miseravelmente em sua proposta, recebendo pouco investimento da própria Sony e de terceiros. Dessa forma, não houve rivalização entre ele e o portátil da Nintendo, o Nintendo 3DS, que reinava (e ainda reina) soberano nesse ramo. Graças à incapacidade da Sony de investir e administrar o seu portátil, o Vita estava fadado ao desastre desde que nasceu. Contudo, isso não quer dizer que ele esteja morto… Pelo menos não no Japão.
No mercado japonês o Vita vai bem, obrigada. Podia estar melhor, mas não está semimorto como muitos acreditam (essa realidade é do ocidente mesmo). Ele nunca conseguiu ultrapassar o Nintendo 3DS em vendas, mas ultrapassou o Wii U, um console de mesa, em 2016. Sua biblioteca é majoritariamente composta por jogos japoneses, o que já demonstra o interesse do público pelo console. Títulos como Gravity Rush, Persona 4 Golden (versão definitiva do título originalmente lançado para PS2), Persona 4: Dancing All Night e Danganronpa brilham no console e são um must have para quem o possui, e alguns destes títulos acabaram abrindo as asas e se estabelecendo no console principal da Sony, o PlayStation 4, o que os tornou ainda mais acessíveis.
Em questão de potência e gráficos, o Vita é um pequeno notável. Superior ao Nintendo 3DS em gráficos, sua bateria também é mais poderosa, durando bem mais do que a bateria do portátil da Nintendo. Ele também possui multitarefa, diferente do 3DS, e seu sistema é mais rápido e fluido. O desempenho, navegação e execução de jogos do Vita são, em suma, melhores, e o portátil da Sony é mais personalizável, permitindo baixar wallpapers da Internet e personalizar os menus do aparelho de forma mais pessoal.
O Vita teve três modelos lançados: o original (popularmente conhecido como Fat), um modelo compatível com 3G e, por fim, uma versão Slim com melhorias na bateria, mais leve, tela LCD e com diversas cores disponíveis; basicamente um rework do portátil. Além disso, foi criado também o PS Vita TV, uma versão do Vita como console de mesa que foi uma tentativa da Sony de ampliar o público do Vita com um custo mais baixo. DualShock 3 e 4 podiam ser utilizados, e jogos que não exigissem microfone, giroscópio ou câmera podiam ser jogados através do Vita TV sem problemas. Foi descontinuado no Japão em 2016.
Pequenos desenvolvedores ainda trabalham para o Vita; o console se tornou a opção mais amigável para “indie” games. Além disso, grandes companhias como a ATLUS anunciam títulos para o console em pleno 2018, e tudo isso contribui para o crescimento dele. Isso sem mencionar a quantidade absurda de visual novels/otome games que estão disponíveis no Vita: Bad Apple Wars, Collar x Malice, Amnesia: Memories, Hakuoki: Kyoto Winds e Edo Blossoms, Code: Realize – Guardian of Rebirth (que acaba de migrar para o PlayStation 4 com o título Bouquet of Rainbows e de ser relançado para o Vita com mais conteúdo exclusivo de fan discs sob o título de Future Blessings), Psycho-Pass: Mandatory Happiness, Period: Cube, Zero Escape: Virtue’s Last Reward, Steins;Gate, Norn9: Var Commons, Danganronpa: Trigger Happy Havoc… E esse número já está aumentando com os anúncios de 7’sCarlet, Psychedelica of the Ashen Hawk e Psychedelica of the Black Butterfly, que devem chegar em 2018 no ocidente. E se você está feliz ao saber disso, saiba que o Vita está vivo nas Américas e na Europa graças à Aksys Games!
A Aksys é a publisher responsável por trazer diversos jogos de Vita ao ocidente, traduzindo, adaptando e cuidando da localização. Sem ela, muitos jogos menores ou considerados “de nicho” jamais veriam a luz do dia no ocidente. Fundada em 2006, ela trabalha com grandes empresas como a ATLUS, Bandai Namco e é parceira da Arc System Works. Graças à ela, títulos interessantes do PS Vita não são esquecidos apenas no Japão.
Para aqueles que gostam de jogos japoneses, o Vita é um prato cheio com J-RPGs, visual novels, jogos de ação e ainda uma biblioteca retrocompatível com títulos de PSP e PlayStation 1, sem contar os remasters e remakes disponíveis para ele (como Final Fantasy X/X-2 HD Remaster, Odin Sphere: Leifthrasir e Muramasa Rebirth). Por exemplo, graças à retrocompatibilidade, com um PlayStation Vita você pode se iniciar na franquia Persona tendo acesso à Shin Megami Tensei: Persona, Persona 2: Eternal Punishment, Persona 2: Innocent Sin, Persona 3 Portable (original de PSP) e Persona 4 Golden (port melhorado do original de PS2), além do peculiar Persona 4: Dancing All Night (título que mistura visual novel e jogo de ritmo).
Tristemente, o Vita não receberá mais jogos gratuitos na PlayStation Plus à partir de 2019, o que pode indicar o abandono definitivo da Sony pela plataforma e a priorização do VR. Contudo, estes são alguns lançamentos orientais que estão chegando ao Vita em 2018/2019 e você poderá jogá-los… Se forem localizados, claro. Podem começar a rezar para a Santa Aksys! PS: Alguns deles JÁ foram lançados!
Persona 3: Dancing Moon Night; Persona 5: Dancing Star Night; Catherine: Full Body; Psychedelica of the Ashen Hawk; Psychedelica of the Black Butterfly; 7’sCarlet; Bloodstained: Ritual of the Night; Code: Realize – Future Blessings; Hakuoki: Edo Blossoms; Digimon Story: Cyber Sleuth – Hacker’s Memory; Steins;Gate Elite; Atelier Lydie & Suelle: Alchemists of the Mysterious Painting; World End Syndrome.
Sobre a autora
Anne é redatora no The Magic Scroll sobre videogames, Pokémon Master, Crosser, main D.Va, handheld gaming enthusiast e dona orgulhosa de um Nintendo 2DS e um PS Vita. ♡
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